Autor:  Rodolfo Margato (Economista da XP)

11/04/2023 17:01:13 • Atualizado em 11/04/2023 17:10:03

Divulgado nessa manhã, o IPCA de março avançou 0,71% m/m, abaixo das expectativas da XP e do consenso, ambas em 0,77%. No acumulado em 12 meses, o índice de inflação caiu para 4,65% em março ante 5,60% em fevereiro, o menor patamar desde janeiro de 2021. Os principais desvios altistas à nossa projeção vieram de ‘Frutas’ (2,6pb), ‘Comunicação’ (2,0 bps) e ‘Energia elétrica residencial’ (1,5 bps). Por outro lado, as principais surpresas de baixa vieram de: ‘Higiene pessoal’ (-6,5 pb), ‘Veículo próprio’ (-5,0 pb) e ‘Carnes’ (-2,1 pb).

Não apenas o índice geral trouxe uma surpresa positiva, mas a abertura também foi animadora. A média dos núcleos de inflação ficou em 0,36% m/m, abaixo da nossa projeção de 0,44% m/m. Portanto, sua taxa anualizada da média móvel de 3 meses ajustada sazonalmente (3M SAAR) cedeu para 5,96%, de 6,45%. Da mesma forma, a medida de ‘serviços subjacentes’ – mais sensíveis à política econômica – avançou 0,35% m/m em março, ligeiramente abaixo de nossa projeção de 0,38% m/m. Seu 3M SAAR permaneceu praticamente estável em 4,98%.

A medida de preços industriais (efetivo: 0,26% m/m; XP: 0,57% m/m) e preços industriais subjacentes (efetivo: 0,37% m/m; XP: 0,67% m/m) contribuíram significativamente para os desvios para baixo em nossa projeção, principalmente devido ao volátil grupo de Higiene Pessoal. Os destaques foram Perfumes, desodorantes e produtos para cabelo, abaixo de nossas estimativas. Alimentação no domicílio apresentou deflação no mês (-0,14% m/m), em linha com nossa projeção (-0,1% m/m), com destaques para a batata inglesa (-12,8%), tomate (-4,0%) carnes (-1,1%) e óleo de soja (-4,0%).

Em síntese, o IPCA de março trouxe uma mensagem positiva, apesar de não mudar nossa visão de que o Banco Central iniciará o ciclo de quedas de juros apenas no 3º trimestre de 2023. Apesar de leituras recentes marginalmente animadoras, medidas de núcleos e serviços ainda operam bem acima da meta de 3,25%. Por enquanto, mantemos as projeções de 6,2% para o IPCA de 2023 e de 5,0% para o IPCA de 2024. Essas projeções partem da hipótese de aumento da meta de inflação para 4,5% em 2024 e que o BCB buscará a convergência para esse número apenas em 2025. Para mais detalhes, veja o relatório “XP Macro Mensal: Regra fiscal traz visibilidade, mas não necessariamente estabilidade”, divulgado em 6 de abril.

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Fonte: conteudos.xpi


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