Autor: Giovanna Beneducci (Analista Research ESG) e Marcella Ungaretti (Head de Research ESG)

08/09/2022 20:13:46 • Atualizado em 22/09/2022 14:46:44

Crédito de carbono, transição energética e regulação nos holofotes

Conforme nos aproximamos do final do ano, vemos o tema ESG no centro das discussões do mercado, e esperamos que essa tendência persista e acelere ainda mais adiante. Na nossa visão, embora os temas ESG sejam de longo prazo, alguns podem surgir com uma força maior. Isso posto, neste relatório nós discutimos três principais temas que devem guiar a agenda ESG ao longo do 2S22: (i) crédito de carbono, (ii) transição energética e (iii) regulação.

Todos os olhos na transição energética

O mundo precisa de mais energia, ao mesmo tempo em que as mudanças climáticas exigem menores emissões. No Brasil, a mensagem dada na Expert XP 2022 (link) foi clara: sendo o país com uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo, o Brasil está bem posicionado para captar recursos financeiros que permitam o desenvolvimento tecnológico necessário para a transição. Até o meio do ano, vimos novas tecnologias e soluções de baixo carbono surgindo em diferentes áreas, como por exemplo as baterias de VEs, o que vem aumentando a demanda pelos metais verdes necessários para essas tecnologias (link). Na nossa visão, os investidores continuarão pressionando as empresas para que assumam seu papel na condução da descarbonização, via investimento em tecnologias que permitam a transição por parte também dos setores com maiores emissões.

Mercado de crédito de carbono: definindo os termos

O crédito de carbono surgiu em 1997 a partir do Protocolo de Quioto¹ e o valor negociado nesse mercado já atingiu um recorde de US$851bn em 2021, alta de 164%, segundo dados da Refinitiv. No Brasil, embora ainda existam definições importantes a serem feitas, em maio, o Governo Federal publicou um decreto regulamentando este mercado no país (link), criando um sistema único de registro (SINARE). Na nossa visão, tal decisão evidenciou avanços na definição dos parâmetros desse mercado, ao mesmo tempo em que esperamos ver novos progressos ao longo do ano. Acreditamos que, quando o assunto é aquecimento global, não existe uma bala de prata, entretanto, vemos o mercado de crédito de carbono como uma importante solução alternativa no combate às mudanças climáticas, com todos os olhos voltados ao potencial do Brasil para estar na vanguarda desse mercado, o que exigirá a atenção dos investidores e também das empresas.

As regulações estão vindo

Vemos que as mudanças impostas pelas regulamentações vão desempenhar um papel cada vez mais importante na condução das empresas às melhores práticas ESG. Na Expert XP 2022 (link), diversos painéis ESG tiveram a regulação como tema-central de discussão, trazendo a importância dos agentes reguladores no bom funcionamento do mercado. Durante 2022, já vimos avanços importantes e vemos essa agenda ganhando força no restante do ano, o que deve estimular ainda mais o foco ESG por parte de companhias e investidores.

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Fonte: conteudos.xpi


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